KARI EERIK NORI
(26/04/1950 – 26/04/2017)
Por Rafaelle Bernacchi, especial para a Rádio TV Penedo - O finlandês mais brasileiro de nossa Colônia, o viking do triciclo, o motociclista mais dark do sul fluminense, ícone do nosso povoado turístico, o mecânico mais gente boa de Penedo.
Nascido em Turku na Finlândia, veio para o Brasil em 1952 (2 anos) com sua irmã Riitta (1 ano) e seus pais Eerik Oskari Nori e Sirkka Alisa Nori. A família fugia da recessão europeia pós Segunda Guerra. O avô de Kari, carteiro em Turku, ouviu falar da Colônia de Penedo, liderada por Toivo Uuskallio e para cá vieram.
Não eram vegetarianos e nem místicos e acabaram não se adaptando à colônia. Depois de uma estadia na pensão da família Reiman (hoje Pousada Arboretum), e de um ano em São Paulo, os Nori voltaram para Penedo, tiveram duas filhas brasileiras, Marja e Pirkko. Se fixaram onde hoje é o Jardim das Rosas, quase à beira da recém construída via Dutra.
Ali a situação era ideal para o trabalho do pai de Kari, que era mecânico e foi quem ensinou a profissão ao filho. Bem em frente a casa havia um posto de gasolina. Kari brincava no pátio do posto e quando aparecia algum automóvel com problema era só chamar o pai.
Kari tornou-se um excelente mecânico. Honesto, bem humorado, brincalhão – “tenho uma peça original dessa aí que mandei vir dos Estados Unidos”, e aparecia com um arame.
Casou-se com Nivalda, e tiveram 7 filhos, todos com a letra A: Alessandra, Adriana, Ana Paula, Andréa, Anderson, Aleksi, e Aline (que faleceu ainda bebê), esses gerando 12 netos.
Competente apesar de anárquico. No pátio de sua casa\oficina, atrás do Clube Finlândia, as galinhas e os patos subiam nas peças desmontadas enquanto ele trabalhava conversando com os amigos e ouvindo rádio, cigarro no canto da boca, a imensa barba ruiva nunca aparada, a criançada correndo em volta. Foi ali que ele construiu o seu triciclo, a partir do chassis de uma velha Variant e integrou-se a clubes de motociclistas da região.
Querido por todos e figura fácil nos vários Eventos de Motociclistas de Penedo.
Kari faleceu no dia que completaria 67 anos, deixando saudades e sua marca na história de nossa Colônia Finlandesa.
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