No final da manhã desta terça-feira (08), o Ministério da Saúde realizou uma reunião entre o ministro Eduardo Pazuello com governadores de todo o País para um balanço sobre o enfrentamento da Covid-19. Apesar de parte dos gestores terem participado presencialmente, a conversa foi realizada de modo virtual, como tem sido nesses tempos de pandemia, e em um cenário diferente: o Palácio do Planalto.
Isso demonstra a importância do assunto debatido ali e que pode se refletir em estratégias para a vacinação da população brasileira contra o novo coronavírus. Durante o encontro, o ministro Pazuello reforçou o compromisso de aquisição das vacinas que estiverem prontas, com o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e afirmou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) vai se manter à frente da vacinação do País.
Em uma reportagem exclusiva do portal Brasil61.com, abordamos a necessidade de cuidado com o transporte e distribuição das vacinas entre estados e municípios. Isso porque o imunizante precisa ser conservado na temperatura certa para não estragar, fator de grande impacto no planejamento de distribuição.
Mas outro detalhe é preciso ser levado em consideração na hora de se falar em estratégia de vacinação de larga escala como é o que ocorre no Brasil. Os insumos, ou seja, os materiais para aplicar a vacina precisam ser definidos tanto pela diferença entre modelos e marcas quanto sua influência no preço final da compra, uma vez que o material tem variações de mercado.
Sobre esse assunto, o Ministério da Saúde afirma possuir em tramitação dois processos de compra de 370 milhões de insumos (seringas e agulhas) e que no começo do mês de dezembro foi publicada a Intenção de Registro de Preço (IRP) para aquisição de 330 milhões de seringas e agulhas pelo órgão. Estados e municípios poderão aderir como coparticipantes dessa compra.
Além disso, o Ministério da Saúde, por intermédio de organismo internacional, está com intenção de comprar mais 40 milhões de insumos, como afirmou o secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco. “O Ministério da Saúde já editou uma intenção de registro de preços para 330 milhões de seringas e agulhas, no dia 2 de dezembro, e também já iniciou os procedimentos para aquisição de mais 40 milhões de seringas e agulhas junto a organismos internacionais para que nós possamos, junto com a vacina, disponibilizar os insumos necessários para a imunização da população brasileira”, detalhou.
Outro investimento do Governo Federal, já neste mês, foi o de mais de R$ 59 milhões para fortalecer o PNI do Sistema Único de Saúde (SUS) para o enfrentamento à Covid-19. Os recursos têm como destino o reforço na qualidade da estrutura da Rede de Frio – que compõe o processo de armazenamento, conservação, manipulação, distribuição e transporte de vacinas do PNI – entre outras estratégias menores como a Vigilância Sentinela de Síndrome Gripal. O montante foi instituído em caráter excepcional e temporário, por meio da Portaria nº 3.248, publicada, nessa segunda-feira (7), no Diário Oficial da União (DOU).
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Apesar disso, a Federação Catarinense de Municípios (FECAM) não mostrou confiança nas estratégias adotadas pelo Ministério da Saúde e, em uma tentativa de ajudar gestores municipais na compra a organização da vacinação, vai assinar um protocolo de intenções com o Instituto Butantan nesta quinta-feira (10), para formalizar o interesse dos municípios catarinenses em adquirir a vacina Coronavac, do laboratório Sinovac, assim que for aprovada pela Anvisa. É o que comenta o diretor executivo da FECAM, Dionei Walter da Silva.
“A FECAM observa que o Ministério da Saúde e o Governo Federal, que são os responsáveis legais pela imunização, seguem sem um plano nacional. A gente ouve falar em compra de seringas mas não sabe que tipo de vacina vai ser e nem que tipo de seringa será utilizada. A FECAM, com intuito de ajudar e, por uma provocação feita por alguns prefeitos, a partir da assinatura de um protocolo de intenções os municípios estarão possibilitados a comprar a vacina no Instituto Butantan. Deixando claro, só após a aprovação da Anvisa”, argumentou Silva.