FINLÂNDIA - Cães contribuem para testes de COVID-19 no aeroporto de Helsinque-Vantaa
07/01/2021 05:10 em Últimas notícias

Disponibilizar um teste incomum de coronavírus para os passageiros no aeroporto pode dar um impulso necessário à confiança nas viagens internacionais

Os passageiros que chegam à Finlândia podem aproveitar um teste que usa cães farejadores no Aeroporto de Helsinque-Vantaa. Conforme o uso do método se expande, ele pode ser uma solução rápida e confiável para garantir segurança e saúde durante a pandemia.

Totalmente voluntário

Os testes, que começaram em fase experimental em setembro de 2020, são supervisionados por Anna Hielm-Björkman, docente da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Helsinque. Eles constituem uma extensão da pesquisa sobre a capacidade dos cães de identificar doenças. Já houve estudos de como os cães podem ser úteis no monitoramento ou diagnóstico, detectando câncer, doença de Alzheimer e malária.

A Finlândia não é o único país onde os testes e pesquisas chamados de “Covidog” estão ocorrendo. França, Alemanha, Irã e Reino Unido também se interessaram pela novidade. Aliás, Dubai foi o primeiro aeroporto a "empregar" cães para ajudar a detectar o vírus.

O procedimento do Aeroporto de Helsinque-Vantaa, que é totalmente voluntário, ocorre no lado terrestre do saguão de desembarque e envolve tirar uma amostra de suor do pescoço, parte externa da garganta e pulsos da pessoa testada. Se o cão sinalizar que a amostra é positiva, a pessoa é direcionada para a estação de teste de RCP (reação em cadeia da polimerase) do aeroporto, para que o resultado seja confirmado. Ninguém com aversão alérgica ou religiosa a cães precisa ficar na mesma sala que o animal. A taxa de sucesso do teste, diz Hielm-Björkman, é de mais de 94%, excedendo até mesmo o sucesso do teste RCP.

Quatro cães treinados em biodetecção estão envolvidos nos testes no Aeroporto de Helsinque. Dois deles já estão preparados para a tarefa em mãos, enquanto outros dois estão em treinamento ambiental para familiarizá-los com os cheiros, ruídos e atividades do aeroporto.

O focinho sabe

(Cachorra em fase de treinamento para detectar a Covid-19)

“Quando iniciamos o projeto Covidog, decidimos usar apenas cães que já tinham algum histórico de detecção de sentido”, diz Hielm-Björkman. “Isso torna o tempo de treinamento relativamente curto. Nossos cães foram treinados para muitos outros fins, incluindo farejar câncer em nosso laboratório, drogas e dinheiro em aeroportos, e mofo em casas. É parte de um projeto de pesquisa maior, também validando cães que farejam câncer ou que alertam sobre dor crônica ou hipoglicemia.”

Hielm-Björkman recebeu consultas de outros aeroportos sobre a disponibilidade de recursos caninos, incluindo um do Nepal que procura cinco cães. “Seria bom ter mais recursos, em termos de cães e pessoas”, diz ela. “Eu ficaria feliz em obter cães para ajudar a neutralizar o declínio, causado pela situação mundial do coronavírus, no turismo na Lapônia, por exemplo, e em lares de idosos.”

Ela agradece o apoio financeiro fornecido pela cidade de Vantaa, onde está situado o aeroporto, ao norte de Helsinque, e pelo Ministério da Saúde e Assuntos Sociais. “A responsabilidade pela segurança sanitária aeroportuária com respeito a doenças infecciosas é da cidade de Vantaa”, disse Timo Aronkytö, vice-prefeito responsável por assuntos sociais e saúde. “Os Covidogs são uma das várias medidas de teste que temos em vigor. Estamos apoiando o projeto por quatro meses e continuaremos se tiver sucesso.”

Confirmação de segurança de saúde

(Treinadora Anette Kare e o cão E.T. posicionados no Aeroporto Helsinque-Vantaa)

A resposta dos passageiros que chegam tem sido boa, diz Aronkytö. “A maioria das pessoas gosta de cachorros e estamos no meio de uma crise – então é algo positivo. Definitivamente, há potencial para estender os testes a portos e outras situações, onde os cães podem patrulhar as áreas de passageiros, como fazem para farejar drogas, por exemplo. Então, a segurança da saúde seria elevada a outro nível.”

Hielm-Björkman também descobriu que os viajantes no Aeroporto de Helsinque-Vantaa parecem gostar do conceito: “Muitas pessoas disseram que é tão bom que o melhor amigo do ser humano esteja nos ajudando novamente. No primeiro dia, 84 pessoas fizeram o teste do cão e todas foram negativas. No segundo dia, eles detectaram um caso positivo em 71 testes. Se o resultado for positivo no teste do cão, você só precisa caminhar 40 metros para que seja confirmado com um teste de RCP.

(FONTE E FOTOS: thisisfinlad.fi)

 

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