Ju Mello em partida pelo Flamengo em 2019 - Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
Depois de descobrir um tumor na cabeça, realizar uma vaquinha on-line para realizar a cirurgia e ficar mais de um ano e dois meses sem entrar nas quadras, a central de vôlei Juliana Mello se recuperou e já tem uma nova equipe por onde jogar. Ela irá defender o Macabi Raanana, de Israel.
Ao site da Cultura, Juliana falou sobre a contratação depois do longo tempo afastada do esporte. “Estou muito aliviada de ter conseguido um time tão bacana, foi uma negociação muito rápida e muito fácil. O que me fez fechar com eles foi uma atitude do técnico. Ele disse que leu um artigo sobre o tumor que eu tive e o tratamento que eu fiz para poder saber exatamente o que eu passei. Me senti muito bem cuidada por uma pessoa que se preocupou comigo no lado pessoal antes do profissional”, relata.
O novo desafio da atleta agora é se integrar a cultura de um país com uma cultura bem diferente. Ela revela que ficou com medo no começo, por causas das diferenças na cultura e religião, mas foi tranquilizada por colegas que já visitaram o local. "Estou morrendo de ansiedade e com a expectativa lá em cima. Só sai do Brasil duas vezes, uma para jogar um campeonato e outra para viajar".
A central de vôlei que viaja para o novo país em que vai jogar em 15 de agosto diz que o maior desejo no momento é voltar ao nível de atuação de antes do afastamento e continuar fazendo o que gosta.
Descoberta do tumor
A ex-Flamengo e Osasco sentiu os primeiro sintomas da doença que a afastaria do esporte em fevereiro de 2020. Ela teve sangramentos no ouvido, audição prejudicada e falta de sensibilidade no rosto.
Ao realizar uma ressonância, Juliana foi diagnosticada com neuroma do acústico, (também conhecido como schwannoma vestibular) um tumor benigno que cresce de forma lenta e é causado pela replicação anormal de células que recobrem o nervo vestibular, que vai desde o tronco cerebral até as vias auditivas e é responsável pela audição e equilíbrio.
Como estava sem clube e sem a cobertura de um plano de saúde, a jovem teve a ideia de organizar uma “vaquinha on-line” para arrecadar o valor da cirurgia para a retirada do tumor e outros tratamentos que somariam cerca de 85 mil reais.
Foto: Reprodução Instagram
Tratamento e recuperação
Inicialmente, o plano de Ju Mello era realizar uma cirurgia para retirar o neuroma em janeiro deste ano, no entanto, ela testou positivo para a Covid-19 e o procedimento foi cancelado. A jovem realizou um novo teste no dia seguinte e o resultado indicou que ela estava livre do vírus. Alguns dias depois, conversando com médicos enquanto esperava para remarcar a cirurgia, ela foi informada de um outro tratamento menos invasivo e R$5 mil mais barato e seguiu com ele.
A "CyberKnife" é uma espécie de rádio cirurgia que consiste na aplicação de radiação dentro do tumor para destruí-lo de dentro para fora, ou fazer com que ele se torne líquido para ser absorvido pelo próprio corpo. O procedimento da atleta foi um sucesso.
"Depois de três meses do tratamento, fiz uma ressonância de acompanhamento e o meu tumor já apresenta sinais de necrose e liquefação, e isso é uma boa notícia. Estou 100% recuperada e não tive sequela nenhuma", diz.
Fonte: TV Cultura